Não sei escrever como outros, não sei ser profundo, não sei ser pensador, mas sou eu
Sei ser apenas como sou, com os defeitos e virtudes que me calharam no sorteio que é a vida (neste caso a minha)
Sei o que me calhou à nascença, não escolhi... Não pedi... Não tive esse direito.
Deram-me apenas sem opção de escolha, adaptei-me, eduquei-me...
Tinha o futuro traçado de tanto ouvir onde iria acabar... Como não gostava do que me traçaram, tracei eu o meu caminho.
Não tenho ninguém a quem culpar... Aliás, não quero culpar ninguém, o fiz e o que faço são decisões minhas, sempre eu.
No meio de tantos e barulhentos, tenho à minha volta apenas um silêncio ensurdecedor.
Ás vezes sinto uma névoa nos olhos, sinto que algo longe daqui me chama, me quer...
Mas eu não quero partir, quero ficar, ficar e olhar nos teus olhos, na tua boca, no teu ser...
Nunca soube expressar sentimentos, foi sempre aquela coisa que ficou para trás enquanto me educava, Definindo o meu certo e o meu errado...
Errei em muita coisa... Acertei em outras (ou não, depende do ponto vista)
Eu sou como sou e não sei escrever coisas bonitas, profundas, filosóficas... daquelas que derretem o sexo oposto ou o mesmo sexo até...
Não sou virado para esses lados, sou critico, atento, atento, mordaz, gosto de arranjar soluções para os problemas e detesto quem arranja problemas para as soluções, gozo, brinco como se fosse um Peter Pan e sou sério como Rosevelt numa decisão critica. Vivo a vida no limite, foi assim que me ensinei, foi assim que sempre sobrevivi... mas sempre fui eu, não preciso de ser outro ou de parecer alguém melhor.
Quero deixar uma marca, quero deixar algo que digam: "olha aquilo foi obra do gajo"... Sem falsas morais nem humildades, quero ser lembrado por ser eu apenas, trabalho para isso, gosto de ser reconhecido e não digo que não, ajudo quem precisa à minha volta e nunca pedi nada em troca.
Com todos os defeitos e virtudes de nunca ter tido um sentimento que não fosse meu, criado por mim, numa luta minha de não saber dar o que nunca tive direito a ter... Mas vou conseguir, um dia com ou sem hipótese de deixar de ser eu e experimentar a palavra "nós".
Bolas só quero que gostem de mim como sou, sem saber ler nem escrever... Apenas soletrar!