08.07.10

Não sei escrever como outros, não sei ser profundo, não sei ser pensador, mas sou eu

Sei ser apenas como sou, com os defeitos e virtudes que me calharam no sorteio que é a vida (neste caso a minha)

 

Sei o que me calhou à nascença, não escolhi... Não pedi... Não tive esse direito.

Deram-me apenas sem opção de escolha, adaptei-me, eduquei-me...

Tinha o futuro traçado de tanto ouvir onde iria acabar... Como não gostava do que me traçaram, tracei eu o meu caminho.

Não tenho ninguém a quem culpar... Aliás, não quero culpar ninguém, o fiz e o que faço são decisões minhas, sempre eu.

 

No meio de tantos e barulhentos, tenho à minha volta apenas um silêncio ensurdecedor.

Ás vezes sinto uma névoa nos olhos, sinto que algo longe daqui me chama, me quer...

Mas eu não quero partir, quero ficar, ficar e olhar nos teus olhos, na tua boca, no teu ser...

Nunca soube expressar sentimentos, foi sempre aquela coisa que ficou para trás enquanto me educava, Definindo o meu certo e o meu errado...

Errei em muita coisa... Acertei em outras (ou não, depende do ponto vista)

 

Eu sou como sou e não sei escrever coisas bonitas, profundas, filosóficas... daquelas que derretem o sexo oposto ou o mesmo sexo até...

Não sou virado para esses lados, sou critico, atento, atento, mordaz, gosto de arranjar soluções para os problemas e detesto quem arranja problemas para as soluções, gozo, brinco como se fosse um Peter Pan e sou sério como Rosevelt numa decisão critica. Vivo a vida no limite, foi assim que me ensinei, foi assim que sempre sobrevivi... mas sempre fui eu, não preciso de ser outro ou de parecer alguém melhor.

 

Quero deixar uma marca, quero deixar algo que digam: "olha aquilo foi obra do gajo"... Sem falsas morais nem humildades, quero ser lembrado por ser eu apenas, trabalho para isso, gosto de ser reconhecido e não digo que não, ajudo quem precisa à minha volta e nunca pedi nada em troca.

Com todos os defeitos e virtudes de nunca ter tido um sentimento que não fosse meu, criado por mim, numa luta minha de não saber dar o que nunca tive direito a ter... Mas vou conseguir, um dia com ou sem hipótese de deixar de ser eu e experimentar a palavra "nós".

 

Bolas só quero que gostem de mim como sou, sem saber ler nem escrever... Apenas soletrar!

 

 

publicado por morgadexsedlex às 00:17

Onde está o não saber expressar de sentimentos que não li nestas palavras?!! Isto é transparência, é sentir de facto e dize-lo precisamente.

Somos o que somos, somos o que fazemos, somos também o que os outros nos fazem fazer e o que fazemos pelos outros. Há pormenores que não importam, não para certas realidades. Mais do que ser urgente sentirmo-nos aceites e compreendidos, é nesse silêncio ensurdecedor, sabermos ouvir-nos e perceber que mesmo que não nos reconheçam a presença, pelo menos nós sabemos que estamos lá. Essa é a metade do caominho que temos de percorrer para um dia estarmos na vida dos outros. E não precisamos querer mais que saber ocupar o nosso lugar, se de facto o soubermos ou quisermos fazer.

É precisamente aí nessa fase que não nos importamos venha ao nosso encontro o factor sorte, aquela sorte, toda a que precisamos para sermos o mais correctos possíveis e termos disso também ao nosso redor. E isso vai influenciar, metade da marca que podemos ter a pretensão de deixar nesta vida. A outra metade, terá de ser prefeita pelo que faremos com a sorte, aquela que nos calhar.
Marca já deixas amigo! Ou melhor... MArcas, no plural!Mas não te queiras ir embora amigo assim!!! eheheheheh!
Um dia exisitir um "nós" na vida de alguém, não deverá ser uma ânsia, mas sim a segurança de se querer fazer isso. É nessa segurança, é nessa assim, certeza, reside o segredo de tudo o que dura. Parece que hj em dia, não sobeja na vida das gentes muito espaço, paciência e desejo de que isso exista. Por acso ainda hoje falei sobre isso, e disse o seguinte:

A verdade é que tudo hoje em dia é mesmo descartável, e só quem ama de verdade é que se magoa, é que a sociedade já não está feita para sentimentos, não há espaço nem tempo para alimentar coisas que nao palpáveis e só dão... chatice, e a maior prova que temos disso, é sermos obrigadas a ver os nossos filhos crescer, quase de longe, pois tomara que eles tenham tempo para tudo o que os ocupa!!

E chegam a adultos muitas vezes, ainda crianças na forma de ser, porque tal como nós, são por arrasto obrigados a não vivenciarem grandes sentimentos mas sim grandes obrigações. E por muito amor verdadeiro que lhes demos, a maior verdade é que nós já estamos sob o efeito do que pede a sociedade façamos por eles, para lhes tornamos de facto a vida mais fácil.

Hoje em dia ouço muita vez "é mais fácil isto" "é mais fácil aquilo" e o certo é que até no amor é o mais fácil. O mais fácil é não termos tempo para dedicar a ter tempo de amar. É isso que estamos grosseiramente a transmitir aos nossos filhos, por arrasto não se percebe bem do quê, pois a única coisa que sabemos do que nos arrasta, é que não dá para entender, é mesmo assim, dizem que é "mais fácil"...

Tudo é simples hoje em dia, até começar e acabar uma relação do nada deveria ser simples, porque hoje em dia, é a lei da vida. Falamos em progresso, mas mais me parece um retrocesso, depois do adormecimento que teve o Homem a quem hoje chamamos de primitivo, ao longo de centenas e centenas de anos em que se dedicou a mais uma grande das suas descobertas, o amor; mas a verdade, é que primitivamente, não havia cá fidelidade etc e tal... havia o desejo carnal, e com o desenvolvimento cognitivo, motor, fisico etc., do Homem, chegou-se a laços fortes como o amor. Mas hoje em dia percebeu alguém, que o mais simples é o mais primitivo de facto, a primeira lei da vida, a da pura necessidade, não do previlégio... o que chateia: falar-se em progresso, quando não se vê mais que um sério retrocesso mascarado de futuro.

E mais não digo, que este coment já vai longo.

Gostei do que li!
Beijos!








Cátia Mendes a 9 de Setembro de 2010 às 02:09

Diz-me, então, a primeira letra e juntos podemos aprender um pouco mais...
Como diz alguém, o caminho faz-se caminhando! Com vontade, alegria e determinação no que fazemos e no que somos e queremos ainda ser. De facto, não é necessário falar e escrever eloquentemente para expressar sentimentos; Tu, com o que escreveste, fizeste-o da melhor maneira possível...
Mordaz, sim. Crítico, também! Mas fundamentalmente, capacitado das tuas limitações e empenhado em ultrapassá-las...
Na verdade, estamos sempre a aprender e tu, como outros, um dia poderás dizer: «já sei ler e escrever, não apenas soletrar»
Jaime Miguel a 15 de Setembro de 2010 às 18:35

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